postado por : UENES GOMES 30 de dez. de 2013

O dinheiro e a ditadura militar: 47 anos atrás.

O Brasil se prepara para viver uma nova era após o dia 01 de abril de 64,  em todos os aspectos pois até o dinheiro passou por uma reforma. As cédulas da época da ditadura traziam motivos militares com pessoas que remetia à família de policiais, generais, marechais. Relembrando efígie de imperadores ressuscitando faces austeras como a do Barão do Rio Branco e de Getúlio Vargas estampando cédulas do cruzeiro novo. No período entre 64 e 85 duros decretos assolaram a população brasileira de uma forma que ainda há marcas. O país que começou a despertar somente após a guerra já havia trocado de sistema monetário duas vezes. A história do terceiro padrão se iniciou no governo de Castello Branco, primeiro marechal-presidente empossado após o golpe de 31 de março. Desde a década de 50, a inflação desvalorizava o dinheiro nacional e forçava o governo a renovar o meio circulante. Se por um lado o Banco Central havia sido criado em 65, por outro a Casa da Moeda continuava com equipamentos arcaicos e infra-estrutura limitada. O governo gastou no período 64 a 68 a quantia de 12 milhões de dólares para importar cédulas. Era preciso instituir uma nova moeda mas as despesas do meio circulante eram elevadíssimas.
Em fevereiro de 1967, o então marechal Castello Branco promulgou o decreto 60.190 que possibilitou a reforma no padrão monetário. O dinheiro mudou de nome de Cruzeiro para Cruzeiro "Novo". Tratava-se em todo caso de uma moeda provisória. As cédulas do padrão anterior se mantiveram com uma super impressão "Banco Central" e "Cruzeiro Novo". Nesse período conturbado que circularam cédulas de um, cinco, e cinquenta centavos. Pela primeira vez na história os centavos não estava somente restrito às moedas. O Cruzeiro Novo durou curtos 3 anos e 3 meses sendo substituído pelo Cruzeiro. O regime militar tratou de consolidar o Banco Central e investiu maciçamente, na modernização da Casa da Moeda. O brasil caminhava, ano a ano, para um quadro de auto-suficiência na fabricação de dinheiro. Em 31 de março de 1970 foi publicada a resolução 44, elaborado pelo Conselho Monetário Nacional. A resolução deixava claro que o Brasil voltaria a usar novamente o Cruzeiro mas sem o "Novo". Foi também a primeira vez desde 1940 que o governo alterou, por completo, a família de cédulas em circulação. 
VEJA ABAIXO FAMILIA DE CÉDULAS DO CRUZEIRO NOVO
Foto do anverso da cédula de Dez Cruzeiros com carimbo de um centavo do cruzeiro novo Foto do reverso da cédula de Dez Cruzeiros 
Foto do Anverso da cédula de cinquenta cruzeiros com carimbo de cinco centavos do cruzeiro novo Foto do reverso da cédula de cinquenta cruzeiros 
Foto do anverso da cédula de quinhentos cruzeiros com carimbo de cinqüenta centavos do cruzeiro novo Foto do reverso da cédula de quinhentos cruzeiros 
Foto do anverso da cédula de mil cruzeiros com carimbo de um cruzeiro novo Foto do reverso da cédula de um cruzeiro 
Foto do anverso cédula de cinco mil cruzeiros com carimbo de cinco cruzeiros novos Foto do reverso cédula de cinco mil cruzeiros 


Foto do anverso da Cédula de Dez mil cruzeiros com carimbo de Dez cruzeiros novos Foto do reverso da cédula de Dez mil cruzeiros 
Grandes figuras da história do Brasil estampam o novo padrão. O dinheiro e a Ditadura Militar

O cruzeiro pós Cruzeiro Novo durou 15 anos e 9 meses, a inflação naquele período era de 599.445,91% . O salário mínimo mudou duas vezes em maio de 70 Cr$ 187,20 e em novembro de 85 Cr$ 600.000,00. Gritante não? Mas como dissemos na primeira parte desta matéria o regime militar consolidou o Banco Central e as cédulas fabricadas aqui traziam grandes homens que abrilhantaram a história do Brasil: Dom Pedro I, Dom Pedro II e Marechal da Fonseca foram alguns dos personagens que permaneceram homenageados nesta nova família de cédulas. Veja a família de cédulas.
 Foto do anverso da cédula de um cruzeiro Foto do reverso da cédula de um cruzeiro 
 Foto do anverso da cédula de cinco cruzeiros Foto do reverso da cédula de cinco cruzeiros 
Foto do anverso da cédula de dez cruzeiros Foto do reverso da cédula de dez cruzeiros 
Foto do anverso da cédula de cinqüenta cruzeiros Foto do reverso da cédula de cinqüenta cruzeiros 
Foto do anverso da cédula de cem cruzeiros Foto do reverso da cédula de cem cruzeiros 
Seis moedas foram herdadas do Cruzeiro Novo. A elas se somou a moeda de 1 cruzeiro, lançada em 1970 no mesmo dia em que o cruzeiro entrou em vigor. Na década de 70 o Brasil estava comemorando 150 anos de independência política. O sesquicentenário, motivou o lançamento de uma cédula e três moedas. A nota destacava o desenvolvimento da população brasileira, do ponto de vista étnico-racial, e a integração nacional das regiões. As moedas lançadas de 1, 20 e 300 cruzeiros, diferenciavam no valor de face e no material de fabricação. Apenas a de 1 cruzeiro teve circulação normal.
Foto do anverso da cédula de quinhentos cruzeiros Foto do reverso da cédula de quinhentos cruzeiros  
No ano de 1975 O Banco Central completou 10 anos e para comemomorar o banco lança em tiragem restrita uma moeda de 10 cruzeiros com a efígie austera do Marechal Castelo Branco. No mesmo ano a FAO comemorava seus trinta anos e as moedas de 1, 2 e 5 centavos fizeram as honras estampando motivos em alusão aos alimentos.
Lançada em 1978 e conhecida como "nota do barão", a cédula de 1.000 cruzeiros foi a primeira de uma família inspirada em cartas de baralho. De qualquer lado estava certo. As imagens e as inscrições eram reproduzidas e invertidas, para facilitar a identificação. Mais cinco cédulas foram lançadas com essas características, incluindo um novo modelo de "nota de um barão". Veja.

Foto do anverso da cédula de um mil cruzeiros Foto do reverso da cédula de um mil cruzeiros 
  
Foto do anverso da cédula de duzentos cruzeiros Foto do reverso da cédula de duzentos cruzeiros 
Foto do anverso da cédula de quinhentos cruzeiros Foto do reverso da cédula de quinhentos cruzeiros 
Foto do anverso da cédula de cinco mil cruzeiros Foto do reverso da cédula de cinco mil cruzeiros 
Nos últimos anos do cruzeiro, as cédulas lançadas - de 10 mil, 50 mil, 100 mil - já não seguiam o modelo baralho. Surgiram, ainda, as moedas de 100, 200 e 500 cruzeiros. Veja as cédulas.
Foto do anverso da cédula de dez mil cruzeiros Foto do reverso da cédula de dez mil cruzeiros 
Foto do anverso da cédula de cinqüenta mil cruzeiros Foto do reverso da cédula de cinqüenta mil cruzeiros 
Foto do anverso da cédula de cem mil cruzeiros Foto do reverso da cédula de cem mil cruzeiros 

TORELLI, Renato. CINTRA, André. História que o dinheiro conta. São Paulo: Lumus Editora, 2006.

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