postado por : UENES GOMES 25 de jan. de 2014



O que não aparece na história pode ser vista através da historiografia.

Por historiografia entende-se a escrita da história, como ela foi construída, a história da história, das influências temporais. Ao longo de toda a história a preocupação de deixar registrado os acontecimentos fez parte do desejo do homem, por isso alguns tomam o significado de história como conversa, discurso.  Nos corredores do tempo a História sempre passou para seus contemporâneos a credibilidade de uma certeza, uma verdade quase que ampla sobre os fatos estudados.

Sendo assim a historiografia interpela esses períodos e indaga se nós enquanto estudantes da história estamos compreendendo de fato o que a história nos quer passar. Salvo que não há uma verdade absoluta das coisas e tampouco quem a escreveu tinha pleno desejo de deixar clara as informações. É claro e evidente que determinados autores sempre puseram no papel seu ponto de vista, suas intenções para com aquele momento de modo que nós, leitores pudéssemos confiar naqueles fragmentos de discursos.

Discursos constituem os textos históricos. Neste segmento estaremos constantemente analisando discursos completos de épocas, mas fragmentos destes, haja vista que o discurso é bem maior que o que está no descrito no papel. Há por trás destes fragmentos uma série de intenções que o autor não enfatiza, para que possamos entender as complexidades que existem no texto, precisamos verificar o tempo histórico do indivíduo, sua posição na sociedade e qual corrente de pensamento ele se aproxima.

Partindo dessa análise lembremos José Carlos Reis com seu livro Identidades do Brasil: de Varnhagen a Fernando Henrique Cardoso. Este escritor é Filósofo e Historiador e pretendeu na sua obra que se divide em dois volumes atentar a população brasileira, sobretudo os estudantes, - abordando vários autores historiadores que revolucionaram o pensar o Brasil – que nossa população precisava olhar no passado explicações para entender o presente e planejar um futuro eficiente, sem cometer os mesmos erros que os autores analisaram de um passado nem tão distante assim. A ideia do Carlos Reis é utilizar fragmentos dos discursos dos renomados historiadores para mostrar soluções.

Contudo analisar a disciplina de historiografia é olhar as entrelinhas da história para a partir desses não ditos podermos conhecer mais das intenções do autor. São esses não ditos que vão movendo a história no sentido de que é preciso você conhecer mais de que modo aquele texto foi produzido e em qual período para melhor compreensão da narrativa. Devemos tratar o texto pela sua historicidade. Para concluir citamos Frank Ankersmit, que definindo historiografia diz “Como um dique coberto por uma camada de gelo no final do inverno, o passado foi coberto por uma fina crosta de interpretações narrativas; e o debate histórico é muito mais um debate sobre os componentes da crosta do que propriamente sobre o passado encoberto por ela”. (MALERBA, 2006, pág. 19)

Não há como desviar a atenção da historiografia, será sempre ela que desvendará essas incógnitas que permeia entre esses fragmentos de discurso.
 
IMAGEM: CLIO - Representação grega da musa da História e da criatividade.

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