postado por : UENES GOMES 27 de dez. de 2013



FOTO. Barão de Tracunhaém.

Conheci, quando comecei a  frequentar Nazaré, a velha proprietária Joaquina Gayão Pessoa Guerra,  descendente  do  clã  do  engenho Poço  Comprido.  João  Antônio,  seu  marido, descendida  família Pessoa,  de  Tracunhaém.  Tendo  ficado  órfão,  pois  os  pais faleceram  de cólera  morbus,  foi  adotado  por  Cristóvão  das Mercês  Guerra,  Daí  provém  o  sobrenome Guerra, transmitido aos seus  filhos Flávio, do engenho Iguape,  formado em Direito, político vinculado  à  corrente  do  governador  Dantas  Bareto,  deputado estadual  e  participante  da Junta Governativa do município de Nazaré, quando sobreveio a Revolução de 1930; Joaquim, engenheiro pela  escola  Politécnica  do  Rio  de  Janeiro,  prefeito  do  recife,  no governo  de Estácio  Coimbra;  Ana  (Santa),  casada  com  José Gonçalves  Guera,  senhor-do-engenho Limeira  Grande  em  Carpina; João,  herdeiro  do  engenho  Cumbe  e  senhor do engenho Massicoaba,  pai  de  Paulo Pessoa Guerra,  prefeito  de Orobó, deputado  estadual,  agricultor, deputado  federal,  vice-governador de Pernambuco,  depois  o  governou,  com  o  golpe  de Estado de 1964, finalmente senador federal. Outro destaque na família foi Josefina, Irmã de Caridade, de grande  função social  junto á pobreza da região. Na casa-grande de Babilônia, hospedaram-se Joaquim Nabuco e José Mariano, em suas campanhas políticas. Josefa, que casou com João Cavalcanti de Petribu, do engenho Petribu, em Pau d’Alho, que depois  transformou  em Usina  do mesmo  nome. Desse  casamento  nasceram  quinze  filhos, sendo  cinco  homens  e  dez  mulheres,  e  dessas  últimas,  quatro  se  fizeram  religiosas  das Ordens Dorotéia e Carmelita. Uma delas, é a minha esposa Thereza; Stela, que casou com seu primo, Joaquim Pessoa Guerra, do engenho Poço Comprido; Cecília que casou com seu primo João Antônio Gonçalves Guerra, do engenho Limeira Grande, e depois proprietário do engenho  Bonito;  três  permaneceram  solteiras.  Dos homens,  João,  senhor  dos  engenhos Santa Cruz e Sítio, que casou com Maria Rita Barata, sua prima, filha de Fernando Barata da Silva,  senhor do engenho  Santa  Cruz  e  comissário  de  açúcar  em  Nazaré  e Recife;  José, engenheiro, casou com Carmita Ribeiro, descendente de tradicional família de Itajubá, Minas Gerais, ligada por parentesco com o Presidente da República, Wenceslau Braz.

Pedro,  que  casou  com  Maria  do  Carmo  Pontual,  descendente  do  senhjor-de-engenho,  da zona sul de Pernambuco, Luiz que teve engenho em São Fidélis, no estado do Rio de Janeiro, e  senhor do engenho  Itaenga,  em  Carpina,  casou  com  Carmita  Farias,  de  Itajubá,  Minas Gerais;  e  Paulo  que  casou  com  Helena  Correia  de  Araújo,  filha  do  senhor  dos  engenhos Penedo  e  Timbi,  que  se  tornou  dono  da  Usina  Petribu,  pela  aquisição  das  heranças  dos irmãos.

Com entrosamento em famílias da área açucareira, uma das filhas de Pedro, Maria Tereza se casou com um neto de Antônio Ferreira da Costa Azevedo – Domingos – que foi proprietário da Usina Catende. Um dos filhos de Luiz, João Alcides, se casou com Elma, filha do senhor do engenho Massaranduba, Benedito César, de tradicional família açucareira de Goiana. Um dos  filhos  de  Paulo,  Jorge,  se  casou  com  Patrícia,  filha  de  Ricardo  Brennand,  da  Usina Trapiche; uma  filha, Helena,  casou  com  Antônio, neto  de Antônio  da  Fonte,  da usina Coelhas, em Serinhaém; outra Elizabeth casou com Gustavo Maranhão, filho de Fernando da destilaria  Liberdade,  da  Usina  Estreliana,  da  Usina  Manoel  Costa  Filho,  em  Barbalho,  no Ceará.

Ainda  de  origem  do  engenho  Babilônia,  saiu  Ana  (Santa)  que  casou  com  José  Gonçalves Guerra, que descende de Cristóvão das Mercês Gonçalves Guerra e sua mulher Ana Francisca de Jesus, que obtiveram a Sesmaria de Poço Comprido, no vale do Sirigi. Um dos seis filhos, Joaquim Gonçalves Guerra foi fundador do engenho Tabatinga, desmembrado da  sesmaria de  Poço  Comprido.  Foi o construtor da casa-grande,  de  estilo  português,  ainda  hoje existente.  Participou da Revolução Praieira, em  1847,  com  a  derrota  do  Partido  Liberal. Casou-se em segundas núpcias  com  Ana  Francisca  das  Mercês  Gaião,  com  numerosa descendência. Uma das filhas casou-se com Manuel Cavalcanti de Albuquerque Wanderley, senhor do engenho Cavalcanti, de Nazaré da Mata e  filho de João Maurício de Albuquerque Wanderley,  Barão  de  Tracunhaém,  de  descendência  holandesa.  Ele foi  o  chefe  do  Partido Conservador adversário político de Joaquim Guerra. Pelo casamento se pretendia desfazer a animosidade política. José Gonçalves Guera foi o único filho homem desse casal. Formou-se em Direito, mas na verdade sua vocação era a agricultura,  e  ele  se  fez  banguezeiro, instalando o engenho Limeira Grande em Nazaré da Mata, hoje Carpina.  

Era casado com Ana (Santa), sua  prima,  de  origem  dos  Pessoa  Guerra,  do  engenho babilônia. Do casal, as duas  filhas Matilde e depois Ana (Anhita), com a morte da primeira, casaram  com  Walfredo  Pessoa  de  Melo,  da  usina  Aliança,  que  descendia  de  Luiz  Inácio pessoa  de Melo  (Lulu  de Maré),  de  grande  projeção  na  região  norte  de  Pernambuco,  com ligação com produtores de açúcar de Pau d’Alho (Usina Massurepe) e do vale do Paraíba (os Ribeiro  Coutinho);  José,  que  foi  proprietário  do  engenho  Tabatinga;  Otávio,  casado  com Alzira  Correa  de  Andrade  do  engenho  Tamataupe,  proprietário  do  engenho  Canadá;  João Antônio,  que  casou  com  a  prima  Cecília,  filha  de  João  Cavalcanti  de  Petribu,  da  usina  do mesmo  nome;  Joaquim,  que  se  tornou  depois  senhor  dos  engenhos  Limeira  Grande  e Cotunguba;  Dinorah  que  casou  com  Hélio  Coutinho  Correia  de  Andrade  de  Oliveira,  que provém da  tradicional  família do Conselheiro  João Alfredo, por parte de pai, de Alfredo de Morais  Coutinho,  de  engenhos  de  açúcar  de  Nazaré.  Um médico  Eurico,  fazendeiro.  Duas filhas religiosas, Dorotéias.

Do livro de Gileno Dé Carli – in História de uma Fotografia, Recife, 1985. 

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