Crendo que os municípios brasileiros, sobretudo os de Pernambuco tem muito a nos informar, damos sequencia aos artigos historicizando nosso entorno, compreendendo a importância de sabermos sobre nosso lugar. Aliança, limítrofe com Vicência, é um município que transborda cultura. Ali nasceu o maracatu, berço de manifestações culturais e de grande nome da cultura, mestre Salu, os aliancenses assim como os demais pernambucanos, buscam significados para sua existência, sua identidade. Escrevendo a partir de um município relativamente distante, precisamos nos reportar a dados já escritos e pouco divulgados, porém acessíveis em livros especializados nessa veia historiográfica.
|
Igreja Matriz. Nossa Senhora das Dores Foto; Petrônio Barros - Wikimedia Commons |
O que identifica aquele povo, seu nome, decorre da constituição de três parentes, irmãos de uma família que por serem unidas fundaram uma capelinha de taipa. A construção intensificou o desenvolvimento da localidade mas como é de praxe não cita os primórdios dessa localidade, desprezando a contribuição dos indígenas e enfatizando ação ímpar da Igreja como precursora e construtora do modus vivendi da região. Inclusive pela fraternidade, valor recorrente no povoado, o Frei Caetano batizou a paragem dizendo "isso aqui é uma verdadeira aliança!" num de seus pronunciamentos. Esse relato inicial de como se constitui o povoado e o nome de batismo são preservado naquela região até o presente, tendo respeito à tradição oral.
Na sua constituição legal, as leis outorgadas na época cria o distrito de Aliança pela Lei Municipal nº 5, de 30/11/1892. Em 1909 o distrito foi elevado a Vila. Quando em 1928 criou-se o município de Aliança o território foi desmembrado de Goiana, uma parte e de Nazaré, ambas constituindo um território que compreende cerca de 272,728 km². No momento da criação e regulamentação da nova unidade municipal Aliança contava com os seguintes distritos: Sede, Lagoa Seca (Upatininga) - que figura com esse nome no quadro administrativo municipal na década de 30 -, Nossa Senhora do Ó (Tupaóca) e Lapa. Na década seguinte, vamos encontrar Aliança disposta da seguinte forma: Sede, Lapa, Tupaóca e Upatininga, portanto quatro distritos, esta configuração ficaria fixada pelo Decreto-lei estadual nº 235 de 9/12/38, para vigorar de 1939 a 1943; O período de 1944 a 1948 é marcado pela alteração do nome de Lapa para Macujê em Decreto-lei nº 952 de 31/12/1943. A sua comarca foi instalada em 1938 e num dado momento comutou com a de Vicência que havia sido desmembrada de Nazaré da Mata. Dados da década de 1950 apontavam a educação acessível apenas à 12,9% daquela população. Naquele momento duas bibliotecas funcionavam. Tinha um hotel, uma pensão e um cinema que comportava 180 lugares. Veja algumas imagens da cidade nas décadas de 30 a 50.
|
Vista Parcial da Feira |
|
Rua Domingos Braga |
|
Praça Dr. Alfredo Pessoa |
|
Vista Parcial da Cidade |
|
Grupo Escola Prof. Joaquim Lira |
|
Ambulatório Major Belarmino Pessoa |
Serviu de consulta depoimento de Manoel Ribeiro Duarte; Denise Barros transcrito da Enciclopédia dos Municípios brasileiros, Vol XVII; IBGE, 1958.